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LIVRO DE FOTOGRAFIA E TEXTOS EM PRODUÇÃO COLABORATIVA
FOTOS COMENTADAS - MUNIC. MINAS NOVAS
CLICK nas fotos para ver em ZOOM


As fotos que compõem este livro,  resultam do projeto " estética interiorana - V " realizado em 2008, pelo Instituto Aviva, com patrocínio da Empresa ArcelorMittal, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.


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Elias Rodrigues de Oliveira  
Não sou levado e não sou menino malino
olho bem as labaredas... quero ir além
ir brincar com aquele bom menino
meu amigo... nascido lá em Belém

Pequeno e leve, para o alto ser levado
Flutuar no ar, ser balão-de-São João
Contar pra criançada do Serrado
que eu posso ser feliz neste Sertão

tenho fogo,  toá branco e vassourinha
os meus gestos na parede -o dia-a-dia 
o limpo, o brinco, o brio desta casinha

Além ir, subir balão e lá no céu
Construir o que na terra -eu bem queria
muitos algodões caindo chuva e uma casinha de papel




Cassia Marina fogo vivo, quase pulou!! 
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Aucione Rodrigues A labareda se forma;meu semblante ilumina,acompanho tudo bem quieto...as faíscas me alucinam...(...) meu puro olhar de menino. (???) 
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Mandruvachá Entre Folhas Ele olhava pras labaredas admirado, pasmo, encantado, é que elas eram vivas, vivas por um pouco remoto tempo, era muito pouco o tempo de vida que as chamas tinham, mas o suficiente para exercitar sua pequena imaginação... Nisso, via figuras estranhas que parecia de outro mundo, via bicho, via o bicho, via bicho ruim, via assombração, as mesmas que sonhou a noite passada quando quase caiu da cama - acordou molhado, ensopando, saiu correndo pra ninguém vê, então lembrou quando mamãe que aos berros gritava: Mexe com fogo não minino, senão ocê vai mijar na cama... Lembrar, lembrou, mas a magia das labaredas tanto o fascinou que voltou, e como um poeta tentando decifrar os encantos da natureza, ele, o menino de olhos bem regalados e atentos aos movimentos continua a contemplar a figura que o detém, "pasmo". 
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Maria Aparecida Furtunata  Chamas!! Que maravilhas... Acordar cedinho ver as chamas e quanto mais estalava as brasas e as chamas pareciam crescer... comecei a pensar alto... muito alto... E dentro de mim sentia o meu peito arder como se esta chama estivesse dentro do meu peito. É um sentimento avassalador... Não sei aonde isso irá me levar... Só sei que está produzindo a força necessária para tirar-me do lugar em que estou... Aqui viajo nas asas de ir além. Quanto mais alta fica a chama, mas sonho com as estrelas para pisar pelo menos na lua... Sonho com a lua para pisar pelo menos nos altos montes... Sonho com os altos montes para ter dignidade quando atravessar os vales sombrios das perdas e das frustrações... E nesse silêncio estou extasiada que já nem sei onde estou
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Alzira Umbelino

Lenha nas chamas

trempe treme e abraça
tacho de cobre
panela de pedra
panela de barro
chaleira
caçarola
caldeirão
cumbuca

quentura
aromas 
lampejo de deuses por todos os poros

vasilha no fogo
mãos na massa
mãos à cata
água na boca

para quem é de casa
beira de fogão garimpa o sagrado
vida confirmada
sabor na palma da mão

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Mandruvachá Entre Folhas

"Tudo que sobe tem que descer, ah, se tem!"
Qui-ocê vai entrar na “vaqueta” ainda hoje, isso vai, vou fazer a encaroçada andar nestes seus canziles seu disaforado - vou isquentar esse seu lombin procê vê! ...desce já daí seu poirqueira,

desce, pra mim lavar a mão nessa sua fuça discarada!
- Vou te mostrar seu lambisgóia cumé-qui-joga pedra na Geni, tá?
- Passar a noite aí quiocê num vai, muleque atrivido - envergonhano sua mãe.


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Elias Rodrigues de Oliveira  Passava por mim uma brisa trazendo o frescor das hortaliças molhadas. As gotas de orvalho caiam serenamente. Elas levavam a mim, depois meus cabelos iam levados, se colorindo com as cores queimadas do sol. O amarelo dói, o sol toma posse de tudo. Eu era dele também.


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Mandruvachá Entre Folhas Sopra vento norte, sopra, sopra meus cabelos, meus cabelos crespos de pixaim... eu sou negra, sou rústica e forte... meu olhar firme diz o que quero, o que posso, o que faço... sou menina travessa - criança sabida e decidida, então sopra vento norte. 
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Aucione Rodrigues  Cabelo, cabelo meu o que seria dele senão o vento que me leva ao encontro do meu EU. Um olhar gatiado, segue o balanço que levanta os cabelos, traz um discreto sorriso, provoca sensações, ora pretos, ora meio loiros,espalhados, esfarrapados, ressecados mas, cabelos.

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Elias Rodrigues de Oliveira  Para na mina se chegar, um tem que chamar de longe, evitar cachorros, gritar, pedir, rogar. Seu Onofre,  guardião das nascentes cristalinas,  acode, recebe. Sisudo, pega o porrete e vai junto, acompanha, fala pouco, cuida, preza. Traz no peito o santo pra quem ele reza. No fundo do dentro da mata estão estas minas de onde saem os tubos que vão e vão até dar água pra essa gente boa do Imbiruçú. 



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Elias Rodrigues de Oliveira  O capinzal chiou de volta se desamassando da ida.  Orvalho no chão, cor demudada em verde pálido. Ventos vãos...


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Mandruvachá Entre Folhas  ...Como sentinela vigiando, à espera de alguém, lá tá ele na espreita.
Cauteloso, não se expõe completamente na linha de tiro... Mei - qui – amoitado e desconfiado, fica só tucaiando de rabo-de-zói totalmente compenetrado aos movimentos alheios em redor de sua cria. A mensagem lida em seus olhos dá o recado, e espanta os predadores.
...O criador vela pela cria - tua.
Aucione Rodrigues O cigarrim de paia, enroladinho com cuidado, um olhar esguiado em direção à vida que passa, len...ta...men...te, mãos calejadas, a dor no peito lhe corrói a alma, a saudade de quem se foi aperta-lhe a garganta. 

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Elias Rodrigues de Oliveira
Adobe, casa de terra e água, não gasta cimento nem fogo. A casa se levanta da terra mesma que ela é. O verde musgo lembra a chuva a vir, e que a janela pode abrir.



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Wagner M. Martins    “Num tem errada, Cumpá Firmino. Fica no Pé da Serra. Casinha barriada de branco, cuberta de teia, uns pé de planta dirriado e uma engenhoca no terrero. É de pobre, mas tem coração. Inriba da terra, é o único bem que tenho, na paz de Deus. Vai tumar um café comigo.”
.........................................................................................................................................................................................................................................Aucione Rodrigues  Na sombra da mangueira, ao fundo do casebre, Seu José e Da.Jurema, tecem um rosário de lembranças.
Como foram felizes neste lugar, ainda se pode ouvir o barulho da engenhoca, chiando ao moer a cana de açúcar, extraíndo a mais doce
garapa pro café.A broinha assando lá na última trempe do fogão a lenha. Lembram os gritos das crianças ao amanhecer... a hora do banho de bacia. Percebem que nada disso existe mais, só lembranças de uma época muito distante.


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Elias Rodrigues de Oliveira  Possuindo em si o conforto fresco dos lugares escuros, possuindo o tempo em si guardado e sem medo de sol nenhum, João olhava com força para o chão. Ia meter nele mil sementes outra vez. Travava uma conversa muda, sisuda. Fazia promessas e outras parcerias com aquela terra. Ela ali, postada aos seus pés.
Era luta desigual.
Não conseguia ele, cravar os olhos seus, no fundo dos olhos dela. Ela vacilava ensimesmada: era fofa, era molhada, ora vertendo em águas se fazia, era seca e se trincava de repente. Sorvia o muito suor dos homens, o mijo do gado e a ultima gota do sangue restante.

João queria não crer no que sempre soube e sabia: aquela terra ia carcomer os ossos dele, ia espalha-los pelas superfícies de por-si-afora, misturá-los aos torrões, às raízes ressequidas, até se tornarem disformes, serem fragmentos brancos, ossos alvejados pelo pleno sol.
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Naide Guedes A dor que corroi o coração no desafio de cada dia... a esperança e a incerteza do amanhã. Todas as dores são suportáveis... 
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Aucione Rodrigues A força do pensamento faz com que ele o(João )seja cauteloso,lá está observando... (...) de manhã ao acordar terá uma grande surpresa,a semente jogada naquela terra,germina; -(...) pensa calmamente o que fará se não chover nos dias seguintes... mas a fé daquele homem faz com que seu trabalho seja recompensado. 

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Mandruvachá Entre Folhas   Pinera é pá pinerar, nois sopra, disbuia e sessa... na cata rivirano paia e terra atrais de fejão nois acha; aí é priciso iscoier. Nóis né bobo nem nada com a pinera grossa na mão nóis iscoie os carucin... Na vorta nóis leva uma bananinha pra forrar o “ôco” do istâmo e as -osôtra dispois a gente come com armoço; O fejãozin catado os minino já foi vender na venda!!!


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Mandruvachá Entre Folhas Entretido o gurí sentia-se dono do pedaço - até que avistou os olhos arregalados do lagarto que trazia sorrateiramente por aquele chão encaroçado um franguinho na boca... Desesperado não quis dividir a sombra, chispou-se dalí feito um corisco!!!


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Edmilson Lima Teodoro 
(enviado por Aucione Rodrigues)

Fico comigo a pensar.
Isso que era vida,
Levantando cedo pra labutar.

Ainda com o Céu escuro,
Ia pro Campo trabalhar.
Fazendo ali fartura
Pra minha familia Gozar.

Trabalhava de sol a sol
Sem nunca reclamar.
Chegava em casa cansado
Mas tinha história pra contar.

Ao redor do fogão de lenha
Minha família está,
Esperando o cafezinho Coar,
E a broa de fubá com melado
Todos nós a apreciar.

Aquela época passada
Hoje me faz recordar,
Eu era feliz e não sabia
Que saudades aquele tempo me dá.

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Wagner M. Martins  
Caminhou trôpego, escorando nas quinas dos móveis que ele mesmo fez -Faz tempo. Se por um lado, as forças sumiam como o fumo de chaminé, a inteligência era cada vez mais aguçada.
Foi em direção da cristaleira pegou com força o livro santo, temendo uma presepada das mãos embaraçadas. O livro sagrado era companhia sua de muito cedo. Acumpliciado aos velhos óculos remendados, guardados ali, dentro do livro mesmo, da ponta do banco observou o renque de cáctus fechados feito cerca. Era vontade sua cortar aquilo tudo, estorvo sem serventia. 
Na marca dos óculos lê de uma só passada: “ Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?” Ah, visão espectral. A rabugice de Geralda, resmungona e obtusa não passava de uma inflexão sobre os abrolhos que não servem pra nada. Tá no livro. Ela que me pague! 


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Elias Rodrigues de Oliveira  
Seguia sozinha e ia, girava no ombro a velha sombrinha. Quem é esta Dona? -Ela é uma e é todas-n´uma-só. Olha procê vê! Sua cor mulata-negra, ameniza a dor da luz no zói e, como todas as Marias, carrega sua cruz, leva no peito o menino Jesus.
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Anonimo  Enquanto ela pisa a sequidão ela canta, acalanto e faz brotar verdinho um conto que ela vai Maria, vai levando na ponta língua um mar farto de afago para comadre Joana!  

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Elias Rodrigues de Oliveira
Eu, a que tanto ama... ela, a que faz do meu peito uma cama, juntas somos uma só, em preto-e-branco.


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Autor anônimo  - Levo no peito o sentimento do mundo! E a boneca me diz: “menina sonha, sonha menina, que o futuro a ti pertence”. - “Boneca de pano quando foi que ficastes mais bela?” Boneca de pano é amiga das bonecas de barro que nasce pelas mãos das faces almas encantadas das meninas e mulheres do vale. “Minha beleza, menina vem desta força mulher encantada de um vale de força!” Boneca de pano deita em meu peito que assim eu vou por esse vale mundo que é vasto e que é meu. 
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Maria Aparecida Furtunata  Quando criança gostava de deitar na calçada da varanda da minha casa e olhar pro céu... Feliz eu conseguia manter a alegria e a pureza da alma, mesmo em um mundo tão impuro... Preto, branco, amarelo não importa... Só sei que ali sentia Deus pertinho de mim... Viajava em meus sonhos inocentes... Sonhei com o céu... Sonhei com as estrelas a brilhar! Realizei tantos sonhos... Construir um mundo onde a pureza de uma criança e sonhar me fazia uma pessoa mais feliz do mundo... Felicidade que é algo intrínseco e subjetivo; dependendo da forma que você vê as coisas fora e dentro de si... E com isto recebi mais que merecia... Permita-se.

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Elias Rodrigues de Oliveira  A pouca gente daqui vive só. Os mais moços foram embora pra São Paulo. Os casados distanciados nos canaviais, deixam suas mulheres prenhas -pra não criar filho dos outros -se um dia voltar. Viúvas de maridos vivos. Mulheres de Atenas. 
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Mandruvachá Entre Folhas  ‎...Ôh Dificulidade “doida” mexer cum essas invencionice que os homi arrumô; Quando ocê acha arguém letrado pra “cantar” os número aí alivia muncado a fadiga - inda vai... prumodiquê riscar o dedo e ter que “catar” os número com o zói no papér comprica tudo, nem de ócrus - condocê firma as vista ela imbaraia e agente perde o rumo, se bubiar a pressão inté suspende e sai do normár; A valença qui sempre aparece um amigo pra socorrer na hora da afrição senão ocê num da conta do recado não; Condé ansim nois passa pra ele o ricurso e iscora do ladim - de oreia impé e com munta atenção dá pra iscuitar o bate-papo, e inté ditar a prosa: “... fala, fala com ele que a carijó tirô 12 e gorô só dois !!!” ...OLHA procê vê!

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Wagner M. Martins  Não, a carta não diz. Dizem os olhos curiosos de quem espera uma felicidade também. Na sequencia da vida, os dias correm e os rumos se perdem no desfazimento do sonho. Amar, sentir saudades, reviver emoções... quem sabe um dia!? Mas, a beleza se esvai e não espera. É da natureza.

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Mandruvachá Entre Folhas  O casebre fincado no tôpo permanece de pé, mas a árvore plantada nunca deu sombra! Ramo que insiste em brotar naquela terra infrutífera, até que nasce - nasce mas não vinga, porque é sufocado pela força do sol que sai "estalano" toda manhã e esconde "pelano" a tarde... O verde vivo que ali permanece lembra esperança, somente lembra, mas ali não produz!!! ... a casinha é garantia de posse.


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Mandruvachá Entre Folhas   
Língua de fora e pé no chão sobe a pique o murundu 
No embalo da descida tem recompensa, corre vento na venta;
A mente subaca fundo o acelerador, e é da boca que sai o roncar do motor!
Apluma o corpo e torçe para não dar guinada
Desgovernando pula, pula e cai rolando - tôco e galho de pau no peitin descem quebrando; - Na poeira o couro fica.

.........................................................................................................................................................................................................................................Aucione Rodrigues 
Sozinho penso que estou
Meu mundo imaginário
Buscando felicidade
Num encanto de ilusões

Sigo fingindo q`sou
Um condutor de emoções
Trago junto a mim, saudade
De alguém q`já se foi

Meu olhar se perde no tempo
Sou um pequenino ser
Vida sem rumo, imagino
Quando é que vou crescer

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Wagner M. Martins Como lhe dói esse olhar! Ôôô! Saco - grita em seu íntimo! Todo o amor de sua vida esbarra naquele olhar fulminante. Todo o silêncio do mundo pairava sobre sua cabeça, como um peso indecifrável em equilíbrio, incapaz de desfazer a angústia que sentia naquela manhã. De longe, observava, calado.


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Anônimo   Barulhinhos barulham correntezas fanando Xuás, recs, recs (ao esfregar vasilhas no sabão), xuás, xuás (desenhando iemanjás).... enquanto ela ensaboa para módi depois cozinhá, o rio vai passando manhoso roçando seus pés firmados nas pedras. Barulhinhos barulham, memórias de canoeiros muitos, gotejando orquestras de cantos de outras lavadeiras almadas no leito fanado passa acarinhando sorri e lágrima pede “me ajude a ficar”! Já fui de outro jeito meu leito plantado de sentinelas a conduzir-me cristal ... Salve-me, por aqui agora andam homens estranhos e me levam a paz e me trazem venenos. Ensaboa mulher e cante-me uma daquelas cantigas de esperança que eu vou resistir em existir! 

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Aucione Rodrigues 
Sol nascente, seca roupa de minino
Cheiro de mijo, arde narinas
Noite chega, junta-se os pés
Num momento a alma pede mais


Calor humano nos dias de frio
Sal da terra sempre vem
Acalentar o choro que sai
Daquele corpo franzino

Minino soluça e cala
Em noites enluarada
Do berço desta terra
A calma vem sem demora

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Wagner M. Martins A blusa vermelha estava lá, como bandeira hasteada, deixando a evidência sigilosa de que o caminho estava livre. Zezão não se arriscou. Queria Cotinha, e a queria muito mesmo, mas não daquele jeito; não trairia um amigo. Tinha medo, muito medo; medo de não dar conta de resistir se fosse. Cortou caminho e desapareceu levando consigo a lembrança de tudo o que poderia ter sido, mas que não houve.

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Mandruvachá Entre Folhas  Com uma parecença um tanto quanto estranha me pertuba as idéias... parece incompleto, metricamente errado. - Tentaram lhe ajudar usando uma extravagante brancura, istrapaiô mais, manchô. Assim, me faz lembrar uma armação de um homi que conheci, ele era coxo e manchado de branco - feio muito feio, o "fugão" e o "homi".

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Wagner M. Martins  A mobília resumia-se a um banco de madeira, rústico, com pernas arreganhadas, nada mais. Em cima dele, o resumo da vida vivida no dia-a-dia de quem não tem leitura: o enfeito da flor, a estreiteza da escrita e o facão de corte, com seu adereço de guarda. Num canto, a faixa por onde passeia os ilusórios sonhos. Vida bandida! Era casa de pobre mesmo.
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Aucione Rodrigues   Banco de madeira talhado à mão, uma cancela aberta, enquanto a taramela descança o facão espera. Por ali mesmo está alguém que virá logo apanhá-lo pra mais um dia de luta. O silêncio do lugar incomoda até o olhar de quem se aproxima,é uma tristeza só. Vida dura, amarga, vida vivida.


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Aucione Rodrigues Porteira aberta....pastagem ressequida...o gado se foi, deixando um rastro de lembranças, pendurado na ponta da estaca um olhar oculto vê tudo aquilo "melancolizado". Pensativo... trata retomar a vida, lembrando que de nada adianta lamentar. É recomeçar.

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Aucione Rodrigues Sol de rachar a moleira do cabouclo, os miolos chega a fritar em baixo do chapéu.A seca pegou feio por aqui, o gado tá ficando magro, Sr. Zequinha levanta o chapéu em direção ao céu.Pede a proteção Divina.Se Ele não ajudar! Sei não!

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Aucione Rodrigues  Menino matreiro de sorriso maroto, monta em seu cavalo e segue a procura de um mundo diferente. Para em frente uma cruz, à sombra da árvore, olha em volta e segue seu caminho, na esperança de encontrar o que procura. Seu sucesso está em suas mãos, galopa em busca de dias melhores.


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Wagner M. Martins   Hoje quero ser general! Quando chego trago na boleia a bandeira de minha presença e todos se dobram aos meus pés! Se me deixam livre, mais que general, viro rei e me converto em senhor dos ares, de todos os mares, comando o universo, dou ordens, faço e desfaço... Ao meu modo eu construo o meu sonho!
Marcia Diaz  O menino e seu carrinho de madeira. Me faz recordar o quanto era mágico quando nos mesmos criávamos os nossos brinquedos como: a bonequinha feita de milho novo, boizinhos feito de jiló e palitos de fosforo,panelinhas de barro,etc,etc. Enfim era um mundo simples,onde nao se conhecia a inveja, a ambicao,a ganância, o poder,a corrupção.Era simplesmente um mundo simples em que um simples brinquedinho despertava em mim um universo,um mundo magico que me fazia sonhar e acreditar num mundo de amor e simplicidade.Vejo no olhar desta criança a inocência que o mundo ainda não destruiu.

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Aucione Rodrigues  .... Olha a verdura fresquinha! acabei de colher: Alface, couve, beterraba, taioba, tudo limpinho! Vamos chegar freguês! Que está acabando; Lá vai a Sra. bem saliente pelas ruas de Chão batido, suor escorrendo no rosto, mas feliz por ter o que vender e aliimentar os filhos.

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Wagner M. Martins  Depois do café, mãe fincava cabeça no balaio de verdura e ia vender na feira. Levava a gente, pra não ficar solto na rua. De volta passava na vendinha, comprava sal, macarrão, farinha e dava guaraná pra nós!

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Mandruvachá Entre Folhas Não basta plantar a semente, tem que cuidar do fruto que nasceu!
Não basta colher o fruto, tem que sentir prazer na colheita.
O milagre da transfomarção da sementinha enche os braços, os olhos, a mesa e o bolso.

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Silas da Fonseca 

"Você já é tudo isso
espécie de feitiço
feito sob medida
para enfeitar
e embelezar
a minha vida"

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Aucione Rodrigues
... Final de moagem, a massa vai pro TI-PI-TI
(coxo onde se expreme a água da massa de mandioca),
depois de enxuta, vai pro forno, vira farinha, enche prato de tropeiro.
- Em longas viagens, segue no imborná nem é preciso esquentar, viajante a caminho, na volta pra casa tem novidade, um filho no bucho, mais uma boca pra sustentar


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Joaquim Araujo Ramos
 - Dona Ceição..., Cadê Malaquia?
- Sei do danado não! 
Passô aqui trasantonte, pegou uma quarta de farinha, me deu beijo mal dado, rezingou um: “Mãe já vorto” e soverteu! 
Tô inté na precisão dele. Óia aí, cabô a lenha.

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Aucione Rodrigues
No roçado plantei de tudo
Só salvou a macacheira
É dela que me sustento
Fazendo festa o ano inteiro

Carboidrato por excelência
Esta raiz é que nos dá
Rica em calorias
Este amido é de primeira

No prato, eu meço a quantia
Mandioca, jerimum, macacheira
Cuscuz e óvos mexidos
Juntando a família inteira

Tudo se extrai da mandioca
As melhores riquesas naturais
Complexo B, calcio e ferro
Vitaminas e sais minerais

Mariola, jabá e macacheira
Baião de dois é o que há
Água doce da biquinha
Enchendo o bucho, se fartar

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Mandruvachá Entre Folhas 
Taquara rachada de bambu, trançado vira balaio;
Do cerrado Levo pequi, araçá, cajá-manga, jenipapo, coquinho-azedo e o umbu...
Se por alí vancê passar vai vê num canto da sala, da cozinha ou no galinheiro sempre de boca aberta - espreguiçando
na cabeça duma pedra ou no meio de farinha que secam no terreiro.

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