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LIVRO
Arte na Infância
APRESENTAÇÃO
O livro Arte na Infância, em grande formato e com 64 páginas é uma referência para o ensino de arte e a prática artística envolvendo crianças e jovens, no ambiente da Escola do ensino de nível fundamental e médio.
Aborda os conceitos e experiências do nosso consagrado projeto cultural “Arte na Infância” realizado desde 1999. Apresenta conceitos teóricos, práticas artísticas, obras de arte realizadas por crianças, depoimentos dos participantes e avaliações realizadas por professores e pedagogos das escolas beneficiadas pelo projeto. O conteúdo é ilustrado por vídeos didáticos e registrados durante palestras, oficinas de arte e exposições. Os depoimentos de crianças, familiares e professores, bem como as avaliações pedagógicas e socioculturais. Este livro valoriza e promove a expressão artística desde a infância. |
LIVRO
Arte na Infância
Apresentação por
Vera Casa Nova / UFMG
Vera Casa Nova / UFMG
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A GALERIA IMAGINÁRIA
Arte na infância, arte da infância, artistas/arteiros. ...
Não importa que nome dar Elias nesse livro mostra um álbum de arte de crianças. São tantas as imagens, são tantos os arteiros/artistas que se apresentam sob formas de um verdadeiro vozerio, que articula corpo e sentido. Não percebemos diretamente a subjetividade do outro, temos somente a ideia. Questões que envolvem a percepção e a intersubjetividade que aqui não serão discutidas, mas que exigem uma reflexão a propósito da arte na infância.a essa experiência de Elias Rodrigues de Oliveira, que desde 1999 está na estrada com sua van / laboratório pedagógico de arte para crianças. O que mais chama a atenção nesse livro é o corte, a ruptura nas propostas de pedagogia de artes na escola que têm se mostrado pobres em termos de partilha do sensível, ou seja, cheias de lugares comuns, certezas absolutas e efusões consensuais. Da mesma forma que é necessário, depois de Carl Einstein, Aby Warburg, Walter Benjamin, repensar o ensino da História da(s) Arte(s) é necessário repensar o ensino e as práticas das artes nas escolas e até mesmo nas universidades. É preciso ousar, arriscar, para mudar o estado de coisas existentes e refletir sobre as práticas de reprodução das obras de arte. Questionar os novos valores de exposição das imagens, até das hierarquias do museu tradicional ou de galerias de arte, sujeitas ao vai e vem do mercado de arte. O que os artistas sacralizados fizeram outros podem refazer ou, inventar outras formas. No tempo das reproduções, tudo pode acontecer, mas uma coisa não pode ser esquecida: nunca retirar o valor da arte como acontecimento e história. Esse novo tipo de livro pedagógico, sobretudo em termos de interatividade, incentiva o professor em sua sala de aula a reformular alguns procedimentos. Não se trata de num primeiro momento mostrar a linearidade histórica dos artistas através de fotos das obras, mas de fazer do corpo da criança, em sua dança de signos, em sua semiótica particular, em sua aptidão para emitir e receber signos, fazer com que ela inscreva sobre si mesma, para traduzi-los uns nos outros. Na arte não podemos domar, mas sim, deixar significar, pois o corpo faz falar. A sua plasticidade, a sua mobilidade, via gesto, possibilita vermos como articular gesto e língua. |
Plasticidade do corpo, para articular ritmos, significantes e significados. Negar o gesto da criança é negar seu corpo. Negar o arteiro presente é negar o futuro artista. Pelas fotos aqui reproduzidas pode se ver as expressões dos olhos de uma criança quando desenha, pinta.
Elias nesse livro mostra um álbum de arte de crianças. São tantas as imagens, são tantos os arteiros/artistas que se apresentam sob formas de um verdadeiro vozerio, que articula corpo e sentido. Não percebemos diretamente a subjetividade do outro, temos somente a ideia. Questões que envolvem a percepção e a intersubjetividade que aqui não serão discutidas, mas que exigem uma reflexão a propósito da arte na infância. Elias acaba construindo uma teoria pedagógica da arte através dos álbuns que produziu com as crianças, professores e pais de alunos. Como um verdadeiro orientador, ele, em cada edição dos projetos, adquire um conhecimento prático que vai dar a ele a autoridade de sua posição teórica. Os desenhos e pinturas reproduzidos nesse livro nos dão a dimensão do quanto o autor acredita nesse projeto. Assim também muitos professores que viram em sala o que as crianças são capazes de fazer. Teoria da cor, critérios na composição da imagem, movimento, figura/fundo, tridimensionalidade são elementos constituintes do livro. Em giz pastel oleoso, as formas adquirem vida. O papel mobiliza a massa das imagens. E aí o encantamento, a surpresa. Combinações novas fazem pensar e colocam o saber em jogo. Daí os esforços do autor para promover a visibilidade da expressão da criança e a sua inserção em nossa cultura. A arte da infância tem de ser levada a sério como expressão artística que, por preconceito e visão, ainda não foi reconhecida e categorizada pela cultura do adulto e da academia. Chamo a atenção de professores do Ensino fundamental e médio para tal experiência que passa a ser referência para o ensino e prática artística em sala de aula e mais, uma atividade que envolve toda a comunidade escolar. Por isso também recomendo esse livro. Parabéns, Elias, por esse projeto e pelo livro. Vera Casa Nova |
Assim dialético, como as relações interpessoais, as conquistas e as entregas, como a música, o jogo, o lúdico. Fazer arte, como boa brincadeira séria, é colocar no papel o rastro pessoal, o abismo, as memórias e desejos. Expressar no discurso gráfico o que se soube e engendrar o porvir: ensino/aprendizagem.
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Este livro foi realizado com recursos
da Lei Municipal de Incentivo à Cultura
de Belo Horizonte
N. 0010/2020
da Lei Municipal de Incentivo à Cultura
de Belo Horizonte
N. 0010/2020